Adriana Rocha
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Adriana Rocha
Realtà intrattabile
Il sociologo francese, Jean Baudrillard, sostiene che la realtà è un’illusione. I nuovi media hanno trasformato radicalmente la nostra vita ed è come se fossimo sempre su un palcoscenico. Nelle società postmoderne il luogo del potere è l’iperrealtà, che è un vero e proprio centro di seduzione. Il mondo virtuale crea una falsa realtà che con la sua pervasiva invadenza rischia di divenire l’unica possibile. L’artista brasiliana Adriana Rocha, che vive e lavora a San Paolo, entra in questa dinamica e ne traduce l’inquietudine mettendo in atto un processo che agisce sulla memoria delle cose. Le sue opere, i suoi paesaggi, in cui la natura è protagonista, sono attraversati da un continuo movimento di costruzione e distruzione. Si tratta di cancellazioni che rimandano ad una storia, ad un vissuto, spesso drammatico. Dietro c’è l’esperienza di popoli che hanno vissuto la colonizzazione, l’occupazione, la distruzione di un patrimonio culturale e umano che rivendica diritti legittimi e la possibilità di essere riconosciuti nella propria identità. Concettualmente Adriana dichiara il suo mancato consenso ad una narrazione storica in cui i fatti vengono raccontati dai colonizzatori e non dai colonizzati. L’idea della “Scoperta delle Americhe” è stata, di fatto, una vera e propria “occupazione” con conseguente distruzione di usi e costumi locali che si manifestano visivamente in tracciati urbani che tradiscono profonde disparità sociali. Il Brasile vive questa evidente ferita che genera conseguenze allarmanti in termini di reazioni violente da parte di chi vive una povertà assoluta, senza possibilità di riscatto. Qualche segnale di profondo cambiamento di tendenza è la 60. Esposizione Internazionale d’Arte della Biennale di Venezia curata dal brasiliano Adriano Pedrosa. Nel suo intervento di apertura della Biennale, Pedrosa ha spiegato l’importanza della presenza a Venezia di artisti indigeni, ma anche queer, outsider o anche folk, dando spazio sulla facciata del Padiglione Centrale al collettivo brasiliano Mahku e, in generale, non solo ai modernismi euroamericani ma anche a quelli del sud globale. Adriana Rocha vive in prima persona l’inquietudine di chi, sulla propria pelle, ha fatto esperienza di queste polarizzazioni sociali. Il processo creativo è molto lento, lavora con i pigmenti puri e lascia decantare le opere esponendole talvolta agli agenti atmosferici o trattandole direttamente con getti d’acqua. Il segno è quindi frutto di uno scavo, di una ricerca di essenzialità, complice la natura stessa. Dalle opere emergono così delle risultanze, delle tracce, che sono ciò che resta di una stampa fotografica, della memoria di un luogo, o del ricordo di un evento che ha lasciato un’impronta talvolta difficile da cancellare. A volte le immagini sono quasi fantasmi, rispetto a ciò che era in origine, ma proprio questo è il fascino di questi lavori in cui il passato è sedimentato, a volte nascosto; l’invito rivolto a chi osserva è di entrare nel processo di selezione significante, per ritrovare il proprio vissuto personale: una trama memoriale che nessuno può cancellare.
Tradução:
Adriana Rocha
Realidade Intratável
O sociólogo francês Jean Baudrillard argumenta que a realidade é uma ilusão. As novas mídias transformaram radicalmente nossas vidas e é como se estivéssemos sempre em um palco. Nas sociedades pós-modernas, o lugar do poder é a hiper-realidade, que é um verdadeiro centro de sedução. O mundo virtual cria uma falsa realidade que, com sua intrusão generalizada, corre o risco de se tornar a única possível. A artista brasileira Adriana Rocha, que vive e trabalha em São Paulo, entra nessa dinâmica e traduz sua inquietação ao implementar um processo que atua sobre a memória das coisas. As suas obras, as suas paisagens, em que a natureza é protagonista, são atravessadas por um movimento contínuo de construção e destruição. São cancelamentos que se referem a uma história, a uma experiência, muitas vezes dramática. Por trás dela está a experiência de povos que experimentaram a colonização, a ocupação, a destruição de um patrimônio cultural e humano que reivindica direitos legítimos e a possibilidade de serem reconhecidos em sua identidade. Conceitualmente, Adriana declara sua falta de consentimento a uma narrativa histórica em que os fatos são contados pelos colonizadores e não pelos colonizados. A ideia do "Descobrimento das Américas" foi, na verdade, uma verdadeira "ocupação" com a consequente destruição de costumes e tradições locais que se manifestam visualmente em traçados urbanos que revelam profundas disparidades sociais. O Brasil vive essa ferida evidente que gera consequências alarmantes em termos de reações violentas por parte daqueles que vivem na pobreza absoluta, sem possibilidade de redenção. Alguns sinais de uma profunda mudança de tendência são os 60. Exposição Internacional de Arte da Bienal de Veneza com curadoria do brasileiro Adriano Pedrosa. Em seu discurso de abertura na Bienal, Pedrosa explicou a importância da presença em Veneza de artistas indígenas, mas também queer, outsiders ou mesmo folk, dando espaço na fachada do Pavilhão Central ao coletivo brasileiro Mahku e, em geral, não apenas aos modernismos euro-americanos, mas também aos do sul global. Adriana Rocha experimenta em primeira mão a inquietação de quem, em sua própria pele, experimentou essas polarizações sociais. O processo criativo é muito lento, ele trabalha com pigmentos puros e deixa as obras decantarem, às vezes expondo-as a agentes atmosféricos ou tratando-as diretamente com jatos de água. O sinal é, portanto, o resultado de uma escavação, de uma busca pela essencialidade, graças à própria natureza. Das obras, emergem resultados, vestígios, que são o que resta de uma impressão fotográfica, da memória de um lugar, ou da memória de um acontecimento que deixou uma marca por vezes difícil de apagar. Às vezes as imagens são quase fantasmas, em comparação com o que eram originalmente, mas esse é precisamente o charme dessas obras em que o passado é sedimentado, às vezes escondido; O convite dirigido ao observador é para entrar no processo de seleção significativa, para redescobrir a própria experiência pessoal: uma trama memorial que ninguém pode apagar.